domingo, 29 de abril de 2012

Chitãozinho e Xororó confessam que Raul Seixas deu um novo rumo às suas carreiras


Acreditem, mas se não fosse Raul Seixas, talvez a dupla Chitãozinho e Xororó nem existisse mais. Ainda nos anos 1970, os irmãos sertanejos pensaram seriamente em abandonar a carreira musical por causa dos percalços do mercado.

Porém, num certo momento, ouviram "Tente Outra Vez", hino escrito pelo eterno Maluco Beleza em um de seus raros momentos de otimismo. Diz a letra: "Veja, não diga que a canção está perdida/ Tenha fé em Deus, tenha fé na vida/ Tente outra vez".

"Estávamos passando por um momento muito difícil e, de repente, a música do Raul tocou no rádio. Aquilo foi um grande conselho e marcou a nossa vida", lembra Chitãozinho, em entrevista por telefone.

Neste domingo (29), ele e o irmão mais novo sobem ao palco do Ribeirão Rodeo Music para comemorar os 40 anos de uma carreira feita de altos e baixos, em que a perseverança foi vital para que alcançassem o sucesso.

Do primeiro disco, "Galopeira", até o sucesso de "Fio de Cabelo", de 1982, foram doze anos de muita luta.

"’Fio de Cabelo’ mudou tudo. Até então, a música sertaneja era muito regional e não tocava em FM. Colocamos a música feita no interior do país no show business", explica.

Inseparáveis
O novo show demonstra o quanto a cultura caipira mudou com os avanços tecnológicos. O novo espetáculo, "Inseparáveis", mistura elementos virtuais com banda ao vivo. Ou seja, por meio de um telão, os cantores sertanejos vão dividir o palco com artistas convidados e até mesmo com uma orquestra.

Chitãozinho conta que nomes como Jair Rodrigues, Sandy e a Filarmônica comandada pelo maestro João Carlos Martins, vão marcar presença na apresentação deste domingo por meio de registros pré-gravados.

"O instrumental é ao vivo, por isso não pode haver nenhuma falha. É emocionante", explica.

Desde 2010, os irmãos paranaenses realizam uma série de shows e projetos em homenagem aos 40 anos de carreira. A primeira empreitada foi o CD/DVD que teve a participação de várias duplas da nova geração do sertanejo universitário, como Jorge e Mateus, João Bosco e Vinicius, Guilherme & Santiago, Hugo Pena e Gabriel, Eduardo Costa, João Neto e Frederico, Luan Santana, entre outros.

Depois lançaram o DVD "40 anos Amigos" que reuniu os grandes medalhões da música sertaneja como Rio Negro e Solimões, Milionário e José Rico, Edson, Zezé di Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Bruno e Marrone, César Menotti e Fabiano, Gian e Giovani, Leonardo, entre outros.

Em 2011, lançaram o DVD ‘Chitãozinho e Xororó 40 anos Sinfônico’, gravado na Sala São Paulo, dedicado à música erudita.

"Foi a realização de um sonho, porque sempre quis ver a nossa música no mesmo patamar que o da música clássica", diz.

Músico aprova a nova geração
O cantor vê o sucesso do sertanejo universitário com bons olhos. "O sertanejo universitário é uma sequência do que fizemos lá nos anos 1980. O público se renovou e é bom porque estamos todos juntos", garante. Chitãozinho acredita que o disco "Somos Apaixonados", de 1982, que, puxado pelo sucesso de ‘Fio de Cabelo’, vendeu quase dois milhões de cópias, foi o divisor de águas da história da música sertaneja. Graças a este álbum, o estilo domina as paradas de sucesso há décadas. Ou seja, sem Chitãozinho e Xororó, não existiria Luan Santana.

"Acho que fomos pioneiros mesmo. Nós inserimos instrumentos eletrônicos na música sertaneja", argumenta. Ao final, ele surpreende ao falar sobre os artistas que o influenciaram, a dupla Belmonte e Amaraí, de "Esquina do Adeus" e "Desventuras", e os Beatles. "Gostamos de Beatles até hoje. De vez em quando ouço um disco antigo e penso: ‘Rapaz, eles já faziam isso naquela época’. Fomos ao show do Paul e posso dizer que foi um dos melhores que já assisti", afirma.


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